segunda-feira, 2 de junho de 2008

Lenny Kravitz - Rock In Rio

Tudo começou, de forma algo inesperada, com "Back In Vietnam", do novo "It´s Time For a Love Revolution" , enquadrada pelo fogo de artifício que assinalou o primeiro dia do Rock In Rio Lisboa. Depois de "Bring It On", também do mais recente trabalho de Kravitz, chegariam vários êxitos de uma carreira rica em canções pegadiças. "Always On The Run", "It Ain’t Over Till It´s Over" ou "Stillness of Heart" uniram gerações de espectadores no mesmo refrão, logrando o feito de agradar a gregos e troianos, ou seja, às adolescentes que aproveitavam a efeméride para beber as primeiras cervejas e às mães que mostravam saber de cor, e apaixonadamente, todos os hits radiofónicos do cantor de "Let Love Rule".

Num espectáculo versátil e equilibrado, houve baladas para derrotar eventuais resistências à causa, riffs capazes de conduzir o mais pacato dos espectadores ao mais endiabrado "air guitar" e solos para todos os gostos (destaque para o que nasceu do "prolongamento" de "Tunnel Vision" e se esfumaria apenas largos minutos depois).
Todo vestido de preto e com uma corrente dourada ao pescoço, Lenny Kravitz teve uma presença forte e empática em palco, mesmo sem necessidade de recorrer à habitual avalanche de elogios ao público nacional ou a grandes experiências com a língua de Camões. O trunfo do seu concerto esteve nas canções facilmente reconhecíveis e na forma séria e concentrada como todo o espectáculo foi conduzido.

Pouco antes do encore, havia já quem procurasse as saídas do recinto, como aqueles espectadores de futebol que abandonam o estádio quando sentem que o jogo está ganho. A avaliar pelas dificuldades registadas com os transportes no final da noite, terão feito bem. Mas os que aguardaram até ao término do concerto terão dado o seu tempo por bem empregue, pois o encore trouxe "Are You Gonna Go My Way", um dos temas mais aguardados do alinhamento.Kravitz, que recentemente garantiu ter abandonado a vida sexual, tem uma clara tendência para prolongar os momentos de êxtase e aclamação; assim foi em "Let Love Rule", com o cantor a descer do palco e a juntar-se ao seu público, chegando a empoleirar-se nas grades e segurar as mãos dos fãs.

Mais tântrico do que celibatário, portanto, o ex-namorado de Vanessa Paradis ofereceu ao público aquilo que o público esperava e desejava – canções de sucesso, rock de estádio, funk baladeiro e comunhão quanto baste, alternadamente com e sem óculos de sol. Dizem os totalistas dos concertos em Portugal que este foi aquele em que Lenny mais brilhou.

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