Amy chega atrasada, com um corte no braço, um hematoma no pescoço e um pulso ligado.
Um silêncio total durante 35 minutos chegou a fazer prever o pior. O público (muito mesmo) entreteve-se a fazer ondas, a apupar, assobiar e bater palmas até que às 22h35 se ouve finalmente um rufo e anuncia-se "Senhores e senhoras: Amy Winehouse".
A cantora de figura franzina entra então em palco, envergando um vestido de cores garridas e um coração de papel no cabelo com "Blake" (nome do marido) escrito. Meio desajeitada e com o ar completamente perdido que lhe é característico, começa o concerto com "Addicted". Logo se percebe que a voz não está na sua melhor forma e ao fim do primeiro tema, entre várias coisas imperceptíveis, diz "Olá Lisboa".
"Just Friends" segue-se e o público ajuda em "Tears Dry on Their Own". Depois de trocar algumas impressões com o coro, sai de palco e volta a entrar para brindar a multidão com o melhor momento da noite: "Back to Black".Em "You're Wondering Now", o apoio vocal do coro torna-se bastante evidente à medida que Winehouse parece cada vez mais rouca. "Love Is a Losing Game" marca a primeira verdadeira quebra: não aguenta a pressão e começa a chorar, recompondo-se logo de seguida. A canção que se tornou objecto de estudo em universidades britânicas vai-se prendendo por um sussurro.
Antes de prosseguir com "Wake Up Alone", pede ao público para fazer barulho para o seu marido e fala do aniversário de casamento, que aconteceu recentemente. Acrescenta ainda: "O meu marido Blake volta para casa dentro de duas semanas". O maior percalço acontece precisamente durante "Wake Up Alone": provavelmente enleada no fio do microfone quase cai, ouvindo-se apenas o barulho do microfone a embater no chão."You Know I'm No Good" é recebido quase de forma indiferente pelo público, que não arreda pé, mas acaba por se juntar a "Back to Black" como um dos melhores momentos da actuação. Antes de cantar "Rehab", Amy explica que deveria ter cancelado pois a sua voz estava doente e também devido a um problema no pulso que a impede de pegar no microfone convenientemente, mas queria muito estar em Lisboa para dar o concerto.
"Rehab" ressuscita o público e recebe a primeira e única ovação da noite (apesar de alguns esquecimentos relativos à letra pelo meio). "Me and Mr. Jones" conta com a ajuda do público a marcar o ritmo e no final, Amy aproveita para apresentar a banda e agradece, dizendo "divertimo-nos muito".
A última canção é "Valerie", a versão de um tema original dos Zutons que gravou para o álbum de Mark Ronson. A multidão acompanha em coro. De forma visivelmente aliviada, a cantora despede-se do público pedindo palmas para a banda e deixando o palco com: "O meu nome é Amy Winehouse".
Tendo em conta a sua prestação, visivelmente fraca, com grandes falhas de voz e uma postura alterada, a questão que se impõe é mesmo: será que conseguirá aguentar uma digressão pelos Estados Unidos no Verão?
MINHA OPINIÃO:
Pelo que ouvi e li, este concerto valeu para as "pessoas encarregues" de Amy verem se esta está actualmente capaz de dar concertos ou não. Eu fui ao Rock neste dia e achei que Amy estava completamente perdida. Na minha opinião ela não passava de uma menina completamente desorientada e assustada sem saber o que fazer a seguir. Quase empurrada pelos seus responsáveis para dar aquele concerto. Gosto imenso desta cantora e tem uma voz como há poucas, mas será que valeu a pena exporem-na a esta situação? Parece que o dinheiro fala bem mais alto do que a humanidade.
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