Entre 1966 e 67, Bob Dylan recuperava de um acidente de moto que o afastou dos circuitos mediáticos e gerou um período de criatividade obsessiva. Entre sessões de gravação anónimas, numa cave em Woodstock (mais tarde editadas como The Basement Tapes), e a fuga aos fãs que obsessivamente o procuravam, Dylan desenvolveu o gosto pelo desenho.
Na sua autobiografia, Crónicas, diz que“uma hora ou duas a desenhar pareciam apenas um minuto”. Mais de quatro décadas depois, Dylan apresenta a sua obra numa primeira exposição em Londres, na Halcyon Gallery, a partir de sábado.
Dylan não é novo entre as telas. Os primeiros trabalhos mostrou-os no final de 60 e inícios de 70, nas capas de álbuns como Music From Big Pink, dos The Band (1968) ou no seu Self Portrait (1970), com Picasso citado uma e outra vez como referência. Masa exposição, a sua primeira, que chega agora a Londres, concentra atenções sobre a obra que o músico-poeta-artista assinou entre 1989 e 1992, parte considerável da série Drawn Blank. Tratam-se de trabalhos realizados enquanto Dylan esteve em digressão pelos EUA, Europa, México e Extremo Oriente.
Representam-se locais visitados, quartos ocupados e gentes que se conheceram pelo caminho.
Algumas destas obras foram reveladas em livro, pouco depois da sua criação, mas nunca foram apresentadas publicamente. Na Halcyon Gallery, os mesmos desenhados ganharam nova escala, fazendo uso da transformação digital, para encontrar novas cores e diferentes abordagens, mais uma vez assinadas por Bob Dylan. Aguarelas e guaches foram os meios utilizados para a descoberta de novos efeitos.
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