A cantora sul-africana Miriam Makeba, conhecida como "Mãe África", morreu ontem à noite em Itália, no final de um concerto dedicado a Roberto Saviano, autor do livro sobre a Máfia, Gomorra , recentemente adaptado para o cinema.
De acordo com as agências noticiosas italianas, Miriam Makeba sofreu um ataque cardíaco no final do espectáculo, no qual participaram outros artistas.
Miriam Makeba terá sido a última a subir ao palco, desmaiando no final da actuação. A artista, de 76 anos, chegou à clínica de Castel Volturno, no Sul de Itália, já sem vida.
A assistir ao concerto naquela localidade, considerada um dos bastiões da Máfia napolitana, estavam cerca de mil pessoas.
Nascida na África do Sul, Miriam Makeba deixou o país em 1959 e viveu no exílio durante 35 anos, nos Estados Unidos, França, Guiné e Bélgica. O regresso a Joanesburgo aconteceu em 1990, ao abrigo das reformas do então presidente F. W. de Klerk.
Além da música, Miriam Makeba fica para a história por um discurso que proferiu em 1976, nas Nações Unidas, onde denunciou a situação do apartheid.
Dez anos antes, a artista recebera o único Grammy da sua carreira, na categoria de Melhor Disco Folk por An Evening With Belafonte/Makeba, gravado com Harry Belafonte. Também nesse álbum, Miriam Makeba abordara as provações sofridas pelos sul-africanos em pleno apartheid.
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